quinta-feira, 5 de maio de 2011

Texto Criativo

A chuva de Safiras


Numa bela e harmoniosa manhã de Maio, o coelho Rodrigo saiu da toca e ouviu a gralha Diogo a dizer que, na noite anterior, acontecera algo estrondoso… havia caído um forte aguaceiro cujas gotas eram enormes safiras. O Rodrigo, espantado, fez-se corajoso e decidiu embarcar numa arriscada busca ao tesouro. Chamou os seus amigos Ricardo, o javali, e o cavalo Gonçalo para o acompanhar nesta demanda ao local onde supostamente chovera safiras.


Partiram felizes e, sem saber, cruzaram o Vale da Bruma, que era assombrado por um pirata sem olho e sem nome. Este, que andava a vaguear pela campos verdes do seu território, ao contemplar três desconhecidos, perguntou:


- Quem ousa entrar nos meus domínios?


- Somos três amigos inofensivos para ti. Uma gralha nossa conhecida alertou-nos para a existência de aguaceiros neste vale cujas gotas são safiras de um azul nunca visto. Viemos confirmar. – Adiantou-se o Gonçalo e, nesse momento, o pirata sem olho e sem nome desatou numa choradeira sem fim, lamentando:


- Não é chuva. Nem sequer são aguaceiros. São as lágrimas que caem deste único olho que me resta. São a saudade dos velhos tempos e da minha tripulação. Sinto-me só… desamparado…”


Os animais comoveram-se com o relato daquele antigo lobo-do-mar e conferenciaram entre si. Passados alguns minutos tinha chegado já a um acordo. O coelho Rodrigo tinha sido eleito o porta-voz e anunciou ao pirata:


- Vamos acabar com esse teu sofrimento desnecessário. Decidimos que, a partir deste exacto momento, será o quarto elemento do grupo de amigos inseparáveis que somos. Afinal de contas, de que vale chorar pedras preciosas quando não temos amigos por perto, que são o tesouro maior que alguém pode almejar?


O cavalo Gonçalo continuou:


- Então está decidido. Considera-nos, bom amigo, a tua nova tripulação e partamos para aventuras rumo ao desconhecido. Temos pena, mas não podemos ser marujos, mas, em compensação, seremos famosos exploradores, e, quem sabe, não descubramos segredos que o resto do mundo desconhece.”


O pirata sem olho e sem nome esboçou um sorriso cheio de franqueza e do seu pequeno olho brotaram três radiosas safiras, as quais distribuiu pelos seus novos amigos, como prova do reconhecimento da nobreza de atitude destes. Os três animais ficaram atónitos com a beleza das safiras, mas garantiram ao pirata que não há no mundo tesouro mais valioso de que uma verdadeira amizade.



Paulo Ribeiro e 3ºA da EB1/JI das Cruzes

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